quinta-feira, 25 de abril de 2013

FINANCIAMENTO PRIVADO: A MELHOR DEMOCRACIA QUE SE PODE COMPRAR


Por Emir Sader

Como é uma democracia em que os candidatos concorrem de forma absolutamente desigual? Em que uns conseguem ocupar incontáveis espaços de propaganda, enquanto outros não conseguem sequer informar que são candidatos?


O Congresso deveria ser o espelho da sociedade. Enquanto os governos refletem as maiorias, os parlamentos deveriam representar todos os setores a sociedade, na sua devida medida.




Não é o que acontece e isso corrompe a democracia. Os lobbies povoam o Congresso, na medida dos recursos milionários com que fizeram suas campanhas. Basta mencionar que o agronegócio tem uma imensa bancada, enquanto há apenas dois representantes dos trabalhadores rurais no Congresso. Olhemos para a estrutura rural para ver quantos são os trabalhadores e quantos os proprietários rurais, para nos darmos conta do falseamento da representação parlamentar.




Entre a sociedade realmente existente e sua representação no Congresso se interpõe o poder do dinheiro, com toda a desigualdade econômica da nossa sociedade, que se reflete na imensa diferença entre a capacidade dos ricos e dos pobres de se representar ali.




Se a isso somamos o monopólio privado da mídia – ele também reflexo da desigualdade econômica –, completamos um quadro de concorrência absolutamente desleal e desigual nas eleições que escolhem os que deveriam ser os representantes fiéis da sociedade.




O Congresso representa, assim, uma minoria, porque uma parte importante dos seus parlamentares se elege e reelege baseada no poder do dinheiro, na riqueza das campanhas, na propriedade e na presença nos meios privados de comunicação.




O princípio mais geral da democracia é “uma pessoa, um voto”. Mas esse princípio é desvirtuado pelo poder, totalmente desproporcional, de influência que o dinheiro permite a uns sobre os outros. Basta constatar que a renda média dos parlamentares é incomensuravelmente maior do que a da média dos brasileiros.




Um Congresso que não representa os brasileiros, povoado de lobbies, facilita o trabalho dos que estão sempre empenhados em desmoralizar a política, os partidos, os governos, o Estado, em favor da centralidade do mercado. Assim, o financiamento privado sabota a democracia, a enfraquece, contribui para sua desmoralização.




Os que estão a favor da continuidade do financiamento privado privilegiam o poder do dinheiro, o domínio da riqueza sobre a democracia, sobre a concorrência livre entre cidadãos. Democratizar é desmercantilizar, é debilitar o poder do dinheiro sobre o sistema político.




O financiamento público de campanha não basta para garantir o bloqueio do poder do dinheiro, mas ele é condição para que se regulamente essa forma de sabotar a democracia. O financiamento privado é uma forma segura de impor o poder do dinheiro sobre as campanhas e sobre as representações parlamentares.

Fonte: www.cartamaior.com.br

segunda-feira, 22 de abril de 2013

CIDADE SISTEMA E SISTEMA DE CIDADES


Fortaleza, capital do Ceará - Brasil





 Por Joaquim Cartaxo
 
  


 


Centralização de atividades e inovação constituem o âmago de uma cidade e são essenciais no processo de desenvolvimento socioeconômico. 
À centralização interessa temas como localização, escala, mercado consumidor, atividades produtoras e concentração de mão-de-obra; a inovação envolve aumento da capacidade dos centros urbanos se multiplicarem, mudança do padrão de hierarquia e distâncias no sistema de cidades.
Associada à inovação e por meio da tecnologia da informação, a metrópole contemporânea transforma-se em tecnopole produzindo em todo o mundo novos paradigmas de desenvolvimento econômico.
Diferenças locais e globais nesse desenvolvimento ocorrem porquanto há fatores culturais, locacionais e recursos naturais que circunstanciam diversos e novos tipos de atividades. Atente-se também que as cidades possuem, ao mesmo tempo, um sistema interior em que partes de sua estrutura urbana interagem umas com outras de diferentes maneiras e um sistema de interação externa que relaciona cidades entre si organizando, articulando e dinamizando regiões.
Desenvolvimento urbano e integração regional, nesse contexto, existem intimamente relacionados, assim como imbricados no processo de crescimento econômico constituído de fatores positivos e restritivos dentre os quais se destacam as desigualdades socioambientais.
Assinale-se o papel da cidade na organização territorial, no estabelecimento das características do desenvolvimento econômico e socioambiental. Isto é: a cidade como um sistema dentro de um sistema de cidades na articulação e integração da economia de uma região ou de um território do que surge a metrópole, a megacidade multifuncional e emerge a sociedade global de massa, a multidão produzidas pela urbanização intensa com aglomerados humanos imensos, grandes centros de serviços, industrialização acelerada, relações socioeconômicas e culturais nacionais e internacionais.

Joaquim Cartaxo é arquiteto urbanista e vice-presidente do PT/Ceará

Fonte: publicado em Opinião - O POVO de 22 de abril de 2013.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

REFORMA POLÍTICA POPULAR JÁ




O Partido dos Trabalhadores (PT) está coletando assinaturas para um abaixo-assinado de projeto de lei de iniciativa popular pela reforma política que será encaminhado à Câmara dos Deputados com os seguintes objetivos:

1) Financiamento público exclusivo de campanhas políticas;
2) Voto em lista preordenada para os parlamentos;
3) Aumento compulsório da participação feminina nas candidaturas;
4) Convocação de Assembleia Constituinte exclusiva sobre Reforma Política.

Pela radicalizaçao da democracia brasileira, convidamos as cidadãs e os cidadãos a participar e se engajar nessa mobilização nacional da reforma política
popular já.