terça-feira, 26 de maio de 2015

GEOPARK: NEGÓCIO, CULTURA E CIÊNCIA

Por Joaquim Cartaxo
Estátua do Padre Cícero no Horto da Colina em Juazeiro do Norte, Ceará

Estabelecido no Cariri cearense, o Geopark Araripe abriga uma das maiores e mais importantes jazidas de fósseis do período cretáceo do Brasil e do mundo. Geopark é o título concedido pela rede global de Geoparks, sob a chancela da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), aos territórios que consigam articular as dimensões cientificas e econômicas dos patrimônios geológico, paleontológico e cultural. Daí surgiu o Geopark Araripe, o primeiro das Américas e do hemisfério sul, reconhecido por seu potencial de reunir o turismo cientifico e ambiental.

Para além da riqueza geológica, paleontológica e cultural, o Geopark configura-se como equipamento promotor de desenvolvimento territorial sustentado na busca da preservação do patrimônio geológico para futuras gerações (geoconservação); na promoção da educação, ensino e pesquisa sobre temas geológicos, paleontológicos e ambientais (geoeducação); no estímulo à prática do turismo que fortaleça a identidade da população com a região dela, impulsione a geração de empreendimentos e negócios locais voltados para hospedagem, artesanato, gastronomia, produção cultural (geoturismo). Em suma: a associação entre natureza e cultura capaz de gerar oportunidades de negócios.

Em parceria, o Governo do Ceará e a Universidade Regional do Cariri (Urca) vêm realizando ações e projetos com o objetivo de ampliar e consolidar essa associação, em especial quanto à geoeducação e geoconservação. Por outro lado, sublinhe-se que o geoturismo demanda a participação ativa da iniciativa privada em colaboração com o setor público e a comunidade. Assim, é preciso sensibilizar, mobilizar e envolver empreendedores locais para a importância do Geopark como produto turístico, negócio científico-cultural e circunstância ímpar de desenvolvimento sustentável e melhoria das condições de vida e trabalho das pessoas do Cariri.

Fonte: jornal O Povo, edição de 26 de maio de 2015

segunda-feira, 11 de maio de 2015

A FORÇA DA ECONOMIA CRIATIVA

Por Joaquim Cartaxo

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A economia criativa é um dos setores que vem crescendo mais rápido no mundo, gerando renda e criando empregos. De acordo com Mapeamento da Indústria Criativa (2014), elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), sob a ótica do mercado formal de trabalho, a indústria criativa possui mais de 890 profissionais. Aponta ainda que, de 2004 a 2013, o número de empregos formais neste setor cresceu 90%, bem acima do avanço de 56% do mercado de trabalho brasileiro nesse período.

Pela ótica da produção, o mencionado estudo, catalogou 251 mil empresas que formavam a indústria criativa no Brasil em 2013. Em 2004, este número era 148 mil. Na última década, foi registrado um crescimento de 69,1% de empresas. Com base na massa salarial destas empresas, estima-se que a indústria criativa brasileira gere um Produto Interno Bruto equivalente a R$ 126 bilhões, ou 2,6% do total produzido no Brasil em 2013. Desde 2004, o PIB da Indústria Criativa avançou 69,8% em termos reais.

Segundo as Nações Unidas, economia criativa são todas as atividades do setor que estão baseadas no conhecimento e produzem bens tangíveis e intangíveis, intelectuais e artísticos, com conteúdo criativo e valor econômico. A maior parte destas atividades vem dos setores de cultura, moda, design, música e artesanato. Mas também vem crescendo significativamente as atividades oriundas do setor de tecnologia e inovação. Também estão incluídas as atividades de televisão, rádio, cinema e fotografia.

Neste cenário, o Ceará se destaca na região Nordeste como o estado de maior representatividade da categoria criativa no mercado de trabalho formal, participando com mais 21 mil empregos. Entre as atividades de maior destaque neste setor está a moda, responsável por 14% dos empregos criativos cearenses. O maior percentual do país nesse segmento e mais de duas vezes superior ao patamar nacional (6,4%). 

Fonte: jornal O POVO de 11 de maio de 2015