quarta-feira, 4 de janeiro de 2017
DA POSSE AO ACESSO
Joaquim Cartaxo
Tudo
indica que a questão da sustentabilidade se consolidou na sociedade. Cada vez
mais, os consumidores demandam por produtos e serviços procedentes de práticas
socialmente equitativas, ecologicamente benéficas e economicamente viáveis. Tributa-se
isso ao aumento do acesso à informação e fortalecimento dos movimentos
socioambientais que fazem o consumidor ficar mais consciente do que compram e
descartam; quase 30% da população brasileira estão nessa modalidade de
consumidor
Atentos
aos desejos desse grupo populacional, empreendedores se deram conta também que os
recursos ambientais são finitos, portanto não suportam a exploração
desmesurada. Avaliando esse modelo de exploração David Brower alerta que “não
há negócios a fazer em um planeta morto”.
Por
outro lado, o ganho dos negócios requer redução do desperdício, o qual afeta
sobremaneira o custo de produção. Quanto menor a pegada ecológica, maior
eficiência energética, melhores êxito financeiros.
No
dia a dia, ações sustentáveis multiplicam-se e ajudam na redução desse custo. São
exemplos: microgeração de energia eólica e fotovoltaica; reuso da água que possibilita
às empresas diminuir despesas e contribuir para o aproveitamento benéfico de um
bem caro e escasso no Ceará.
O
tema sustentabilidade alterou a relação dos consumidores com os produtos. O
capital físico vem sendo comutado pelo capital intangível. Estudiosos defendem
que estamos vivenciando a passagem da cultura da posse para cultura do acesso.
Exemplos
dessa vivência proliferam nas grandes cidades: sistemas compartilhados de
bicicletas e automóveis nos quais os usuários se servem dos veículos sem a
necessidade da posse dos mesmos; coworkings onde empresas ou profissionais compartilham
o mesmo ambiente, energia, internet, equipamentos e serviços sem possuí-los.
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