quarta-feira, 25 de maio de 2011

DESAFIO DO PT



Joaquim Cartaxo

A conjuntura socioeconômica aponta que o prestígio do Partido dos Trabalhadores e seu projeto político estão, a cada dia, mais fortalecidos nas maiorias sociais. Evidencie-se a preferência inconteste do PT em relação aos demais partidos brasileiros em todos os setores sociais. Soma-se a isso, a expressiva aprovação popular da presidenta Dilma Rousseff ao final dos 100 primeiros dias de governo, confirmando nossas expectativas de continuidade e aprofundamento das mudanças políticas, socioeconômicas e culturais desenvolvidas pelo governo do presidente Lula.

Quanto à oposição, experimenta profunda crise de identidade e se move confusamente. Entretanto, a dispersão e a fragilidade dos oponentes não deve ser motivo para subestimá-los, pois representam setores consideráveis da classe dominante, controla o poder em vários estados e tem a seu lado importantes aparelhos de poder.

Em 2010, o PT disputou a presidência da república com uma tática que possuía duas prioridades: eleger Dilma presidenta e ampliar a bancada de senadores do PT e dos partidos aliados. Avaliava-se que de nada adiantaria eleger governadores sem eleger a presidência da república, pois comandar o governo federal era fundamental para prosseguir aprofundando as reformas e mudanças realizadas pelo governo Lula.

Assim, o diretório estadual do PT/Ce aprovou como tática eleitoral: eleger Dilma presidente; apoiar a reeleição do governador Cid Gomes; continuar ocupando a vaga de vice-governador; e para o senado defendia a chapa Pimentel e Eunício. Além disso, rechaçava coligação formal ou informal com o PSDB. Diante dessa tática clara e objetiva, os partidos aliados se reposicionaram no cenário político estadual.

Os resultados estaduais foram a reeleição do governador Cid Gomes no primeiro turno, a eleição dos senadores José Pimentel (PT) e Eunício Oliveira (PMDB). Nesse passo, o campo das forças populares, socialistas e progressistas, que se expressam no PT/PSB/PCdoB/PMDB, saiu das eleições com mais força para, alinhado com o governo da presidenta Dilma, continuar a implantação o projeto democrático e popular.

Agora, o desafio é manter a unidade desse campo no processo de disputa das eleições de 2012 em que ao PT caberá o papel de protagonizar a gestão das contradições e compartilhar as medidas que atendam aos interesses locais em jogo, sem prejudicar os objetivos estratégicos do projeto democrático e popular.



Joaquim Cartaxo é 1° vice-Presidente do PT/Ce

segunda-feira, 23 de maio de 2011

GESTÃO DO DESENVOLVIMENTO URBANO

Joaquim Cartaxo
Publicado em O POVO - 23/5/2011

Adquire importância ímpar, na gestão do desenvolvimento urbano sustentável realizá-la de modo participativo, democrático e com resultados. Uma gestão com esse perfil precisa estabelecer a radicalização da democracia, a ampliação da cidadania e a preservação do meio ambiente e do patrimônio cultural como políticas para atingir os objetivos e metas do desenvolvimento sustentável.

Considerada as peculiaridades de cada uma, as lutas social, política e institucional são fundamentais no movimento de implantação dessas políticas na perspectiva de constituição de pactos, que podem mobilizar recursos e potenciais produtivos locais para aproveitar as oportunidades socioeconômicas e obter os resultados do desenvolvimento da cidade.

As instâncias governamentais e não governamentais de participação precisam funcionar garantindo o pleno e fácil acesso às informações, tanto às organizações e lideranças como ao cidadão e à cidadã comuns que não estão ou não querem pertencer a organização alguma.

Em uma gestão radicalmente democrática e de ampla participação cidadã, é vital a construção de espaços de livre opinião, expressão e discussão das políticas, programas, projetos e ações governamentais. Tais espaços, além de sua dimensão reivindicativa, se constituem também como escola de formação política em que as pessoas adquirem conhecimentos, afirmam valores, constituem posturas, imprimem identidade e passam a observar e tratar os assuntos políticos-institucionais com base na avaliação criteriosa das possibilidades e dos desafios da administração pública.

Resulta daí uma nova cultura na relação Sociedade-Governo, em que os sujeitos políticos e sociais em suas manifestações proativas e reativas buscarão consolidar o compartilhamento de responsabilidades, o exercício dos direitos e deveres de cidadania e a construção permanente de um sistema democrático compreendido como um sistema social.


Joaquim Cartaxo é arquiteto e mestre em planejamento urbano e regional.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

ERA SÓ O QUE FALTAVA

Flávio Aguiar

Outro dia, ou melhor, outra noite aqui em Berlim, assestei meu rádio-telescópio para as coordenadas 23o. 32’ 51” sul e 46o. 38’ 10” oeste e ouvi o seguinte monólogo noturno, evidentemente um sonho, muito interessante:

“Ora, era só o que faltava. Quererem uma estação de metrô aqui na esquina perto de onde eu moro!

Pra quê? Pra facilitar a vida dessas empregadas, serventes, jardineiros, seguranças, que a gente faz o favor de contratar como empregados? Pra que eles caminhem menos no frio ou no calor, na chuva ou no sol de São Paulo? Querem moleza? Aqui, não!

Já não chega a gente agora ter de contratar com carteira assinada, essa maldita invenção do Getúlio, junto com a CLT e o salário mínimo?

Até que as coisas iam voltando a ser o que eram, com isso da gente desregulamentar tudo, acabar com essa malandragem de férias pagas, fim de semana remunerado, e tudo o mais que essa caterva de comunistas inventou. Depois do fim da Revolução de 64 era o que nos restava. Mas agora até isso está acabando. Ninguém mais quer trabalhar por 200 ou 300 milréis, ops, quero dizer, reais por mês.

Mas agora, essa de metrô! Sinceramente! Já não chega isso de agora empregada poder usar o elevador social? Mas aqui na minha casa não. Empregada só entra pela porta de serviço, eu dou um jeito. Porque se entrar pela porta social, sai de uma vez só pela de serviço e não volta! Quer dizer, saía e não voltava. Agora já não sei. Ela sai por qualquer porta e não volta, diz, se eu não a tratar direito, se não respeitar os seus direitos. Pelo menos é o que a minha mulher me diz. Acho até que ela, a minha mulher, já está amolecendo. É por causa dessa m... de Bolsa Família. Dar dinheiro pra pobre! Onde já se viu?! E desde quando pobre tem direitos? Tem que trabalhar isso sim, corja de vagabundo. Se ficou pobre é porque nasceu pra isso, ora!

Aí vem essa turma da defesa do transporte público. Imagine! Transporte público é coisa pra país da Europa, isso sim. Porque lá o público tem olho azul e cabelo loiro. Se tem olho escuro, pelo menos é italiano, que nem vovô. E fala língua de gente, não esse português errado daqui. Claro, na Europa, eu vi isso, os gente fina que nem nós vão à ópera de metrô. Com todos os trajes de gala. Mas é que lá tem sim a massa cheirosa, não essa fedida daqui. Lá Bodum é marca de cafeteira, não esse cheiro horrível de vagão de metrô na zona norte às seis da tarde aqui.

É verdade que mesmo lá as coisas pretejaram. Muito africano, muito árabe, muito latino, Deus que me perdoe! Mas felizmente já tem uns caras decididos em todo o canto, botando as coisas no lugar, expulsando cigano, fazendo campanha contra estrangeiro vagabundo, tem até uns que dão um cacete em estranja metido a besta. Ê bom tempo que a gente podia fazer isso por aqui! Só falta os policias de lá fazerem vista grossa que nem os daqui faziam.

Aqui, transporte público pra quê? Tirando naturalmente pra trazer os empregados pro trabalho e levar eles de volta depois. E chega, e sem folga. Quem nasceu pra sardinha não precisa abrir os braços. Até porque se abre os braços lá vem aquele fedor subindo pelas narinas.

Transporte público? Ora, espaço pouco, meu carrão primeiro, me desculpem. Vovô deu duro, enriqueceu, papai manteve a fortuna, e agora na hora de eu aproveitar vem essa gente querendo roubar espaço do meu carrão e botar metrô aqui na esquina! Era só o que faltava!”.

Eu bem que queria ouvir mais. Mas entrou uma interferência. Devia ser algum ônibus passando. Lá ou aqui.


Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior em Berlim.


Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=5057

sábado, 14 de maio de 2011

Qual é a cor do amor? (Cazuza - 1989)


Primeiro é o beijo
Quente, procurado
A língua procurando a outra
E vendo se a boca combina
Se combina o beijo
Meio caminho andado
Depois é a pele
Se a textura vale
O pelo com pelo
Ou o pelo com o seu pelo
Ou os pelos com meu pelo
Ou o medo
Depois o cheiro
Um procura no outro
O cheiro de colônia ou
O cheiro de prazer
E os dois se embriagam
Ou vão até o banheiro
Depois a cor
O amor tem cor?
Cada amor tem uma cor
Cada beijo tem uma cor
Cor de caramelo doce
Cor de madrugada fria

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,um-cazuza-de-grandes-novidades,718971,0.htm

terça-feira, 10 de maio de 2011

VIVA FORTALEZA

Joaquim Cartaxo

A Agenda Viva Fortaleza - cinco ideias para uma metrópole do século XXI – é uma proposta de debate propositivo na perspectiva de se construir um programa cultural e socioambiental de desenvolvimento de longo prazo para a capital do Ceará, apropriado pela comunidade e operado por um contrato de governança entre instituições públicas, privadas e terceiro setor com metas e objetivos claros.

Estão assim esboçadas, as ideias dessa Agenda:

a) Cidade referência em ecourbanismo que propugna a participação da comunidade na formulação e na deliberação das formas de habitar considerando cultura e natureza nos padrões de uso e ocupação do solo;

b) Cidade jardim que realiza atividades de lazer e entretenimento públicos e aumenta a taxa de área verde urbana a partir de recuperação e conservação ambiental dos recursos hídricos, reforma e ampliação de calçadas, praças e parques urbanos;

c) Cidade criativa gerando oportunidades para todos é uma concepção da UNESCO que considera que as cidades cada vez mais centralizam a indústria criativa e a diversidade cultural. Indústria criativa e diversidade cultural são a cara de Fortaleza expressa na arte de seus humoristas e comediantes, nas suas festas populares como o reveillon e na sua culinária que combina o mar com o sertão.

d) Pacto pela mobilidade urbana voltado à estruturação física e mobilização socioeconômica da cidade para atender o pedestre, o ciclista e o transporte público de passageiros como prioridades absoluta.

e) Sistema de Gestão do Desenvolvimento Urbano que apoia e valoriza atividades avaliando as potencialidades culturais e socioeconômicas presentes e latentes na cidade; explicita os fatores restritivos ao desenvolvimento; fortalece a mobilização dos sujeitos políticos e sociais no sentido de ampliar o alcance dos fatores potenciais e, ao mesmo tempo, superar os que causam restrição ao desenvolvimento com sustentabilidade.


Joaquim Cartaxo é arquiteto e mestre em planejamento urbano e regional.

domingo, 8 de maio de 2011

A CULTURA E SUAS ESTRATÉGIAS


Glauber Piva



Não há mais dúvida sobre a importância das políticas públicas de cultura para o país, tanto do ponto de vista estético e simbólico quanto das perspectivas do seu desenvolvimento. Desde os anos 80, quando o Ministério da Cultura foi criado, vimos superando a insignificância a que a cultura era relegada nos governos da direita mais conservadora e a função auxiliar no projeto midiático que assumia nos governos da direita neoliberal.


Os militantes do Partido dos Trabalhadores têm uma grande responsabilidade sobre esse avanço, pois foi nos governos petistas que se iniciaram experiências e se produziram as reflexões mais consistentes sobre as políticas culturais. Foi exatamente em governos petistas, de diferentes níveis, que a cultura foi guindada ao plano das políticas públicas, este, por si só, um avanço no plano conceitual e no plano da governança.


A percepção dessa importância não avança apenas em virtude das ações empreendidas nos governos, mas também pela produção empreendida pelo PT e por petistas no campo das idéias. Neste caso, é impossível não lembrar o conceito basilar de Cidadania Cultural formulado pela professora Marilena Chauí, ex-secretária de cultura de São Paulo, que serve ainda hoje de chão para todas as formulações de políticas culturais de esquerda.


Outro conceito importante para nossa história é o de Sistema Nacional de Cultura, a proposta de uma articulação federativa em rede – que deveria interligar-se com novas redes – que poderia garantir a autonomia e liberdade dos processos criativos e distributivos do mercado e da sociedade justamente por lhes conferir a segurança institucional que tanto falta ao campo da Cultura.


Há conquistas que se inscrevem para além das teorias, inscrevendo-se no plano de deliberações internacionais. Destacaria aqui a consolidação do conceito de diversidade cultural, como algo que deva ser promovido e protegido, a premissa de que cabe ao Estado reconhecer e apoiar as atividades culturais desenvolvidas pela sociedade na plenitude da sua liberdade.

Aqui não há dúvidas de que os avanços teóricos e institucionais devem ser amparados pelo enfrentamento de desafios conjunturais e estruturais. Não nos iludamos: sempre há desafios e sempre há obstáculos a superar. No momento, é preciso circunscrevê-los, mas não reduzi-los.


Observemos alguns elementos. No Brasil, pouco se avançou na consolidação de políticas para o conjunto da Economia da Cultura, permitindo que ela continue tão concentrada e dependente do Estado como sempre foi e, o mais preocupante, sem oferecer à sociedade muitos avanços na melhoria das condições para a produção e difusão simbólica no Brasil. Não podemos ignorar, por outro lado, o acirramento de discursos racistas, machistas, homofóbicos e de todo tipo de preconceitos que parecem crescer na sociedade brasileira. É inevitável constatar que não conseguimos até agora gerar condições para que os discursos, os processos criativos e as estéticas baseadas na solidariedade, no respeito ao diferente e na defesa da liberdade consolidassem seus espaços.


Estamos diante de uma situação nova no país. Pela primeira vez combinamos democracia, crescimento econômico e redução das desigualdades. Nunca havíamos vivido tal experiência, e isso não pode ser minimizado ou esquecido. Esta combinação carrega uma carga de valores que deve acompanhar todas as ações do governo federal neste período, sobretudo por considerarmos que o Presidente Lula conseguiu ver eleita a sucessora de sua preferência.


Como já se destacou, é no plano dos valores que está posta a grande a questão que determinará o futuro do Brasil. Por isso, não basta controlar a inflação e promover o aumento real dos ganhos das populações mais pobres. Reduzir-se a isso seria exercitar as experiências mais conservadoras de alguns governos que, sem ambições que sobrevivam para além do óbvio, contentam-se em liderar uma espécie de melhorismo, ignorando perspectivas emancipatórias da população.


O governo brasileiro, assim como todos os governos de esquerda, em qualquer nível, está diante de um desafio que vai além desse óbvio: como organizar suas políticas públicas de maneira a estimular a emersão de uma visão de mundo que esteja ancorada para além dos interesses do capital e das estratégias consumistas do mercado? Como fazer isso garantindo liberdade de expressão, defesa da competição, respeito às minorias e aos direitos coletivos e individuais, a promoção da diversidade cultural e, ao mesmo tempo, reduzir desigualdades, induzir o fortalecimento de nossa economia e desempenhar um papel internacional que vá além de protocolares defesas dos Direitos Humanos?


Muito do que foi dito aqui poderá ser desdobrado em vários documentos, mas há algo comum, que é o fato de que, para a esquerda, todo ato de governar deve ser praticado como um projeto cultural. O governo da presidenta Dilma nasceu com o compromisso de fortalecer valores como a solidariedade, a paz e o respeito à diversidade, sob pena de deixar aprofundar na sociedade esse discurso segregador e violento que a direita brasileira há décadas tem conseguido consolidar.


Para que o compromisso assumido com a erradicação da miséria e elevação econômica de nossa sociedade possa se alicerçar sobre outros valores e dar-se num ambiente no qual haja o contraponto de outra visão de mundo, é preciso que haja a manifestação de produções simbólicas de novos tipos. Caso contrário, a produção cultural se resumirá, inocente e utilmente, a um tipo de entretenimento despretensioso e descomprometido com as camadas mais profundas da percepção.


Do ponto de vista das políticas públicas de cultura, a miséria é a escuridão da ignorância provocada pela falta de acesso aos meios de criar e compartilhar estéticas, discursos e valores. Miséria é a situação de dependência irrestrita em relação ao Estado em que vivem praticamente todos os agentes que operam nos diversos segmentos da economia da Cultura. É também a perversidade do isolamento e da dependência na qual sempre estiveram gestores municipais e estaduais de cultura, relegados a disputar as exíguas verbas dos programas oficiais quando, na verdade, são eles que conhecem e percebem mais claramente as efetivas necessidades do campo da Cultura em um país tão diverso e tão complexo como o Brasil.


No âmbito das políticas públicas de cultura, superar a miséria não é apenas tornar o sujeito mais capaz de consumir e acessar bens e serviços culturais, mas também torná-lo mais autônomo para produzir e compartilhar seus próprios conteúdos e significados, o que significa dizer que superar a miséria é ampliar e dar plena liberdade aos processos e procedimentos que costumamos enfeixar sob esse conceito de Cultura Digital.


Considerando o tamanho do desafio auto-imposto pela presidenta Dilma, talvez seja correto dizer que os desafios que se apresentam para o Ministério da Cultura se dividem em dois eixos. O primeiro diz respeito a essa disputa de valores que deverá ser travada na sociedade brasileira, sendo necessário garantir que todas as vozes e todas as idéias possam circular com liberdade, garantindo a diversidade e a pluralidade do debate – ainda que saibamos que isso não se dá de uma hora para a outra, nem se estabelecerá como por mero esforço das vontades. O segundo diz respeito à necessária consolidação dos diversos setores das diversas economias da cultura, ou então, de uma economia da cultura diversa, que contemple suas múltiplas dimensões, transitando desde a economia de mercado até a economia solidária, passando por uma radical mudança de paradigma nas políticas de fomento que devem migrar da base conceitual de fomento à obra para a base conceitual de fomento aos processos produtivos.


Para que seja possível enfrentar esses desafios, é necessário alterar drasticamente algumas das condições historicamente vividas pelo setor cultural no Brasil, assim como é necessário que cada gestor e cada militante procure dar sua contribuição para além das polêmicas, sejam elas antigas ou atuais. Nem as feridas atuais, nem as cicatrizes anteriores devem nos servir de limite.


Glauber Piva é sociólogo.


Fonte: Carta Maior, em 03/5/2011