domingo, 22 de agosto de 2010

DEU NO GLOBO: LUTA PELO CONCRESSO

Vejam essa nota publicada no jornal o Globo:

LUTA PELO CONGRESSO

De Merval Pereira

A disputa pelo poder dentro da coligação governista, que vive momentos de euforia diante da possibilidade real de vitória já no primeiro turno da candidata oficial Dilma Rousseff, foi antecipada para as campanhas estaduais. O centro do poder é o controle do Senado, onde o governo tem encontrado uma barreira a suas iniciativas e onde sofreu a pior derrota, a da extinção da CPMF.

O PMDB tenta manter as maiores bancadas do Congresso, tanto na Câmara quanto no Senado, e tudo indica que desta vez não abrirá mão de continuar comandando as duas Casas como no primeiro momento do governo Lula, quando, aceitou fazer um rodízio com o PT, acordo quebrado em 2009 quando Michel Temer foi eleito presidente da Câmara e José Sarney do Senado.

A última vez em que o PMDB comandara as duas Casas legislativas ao mesmo tempo fora no biênio 1991-1992.

Na Câmara, as previsões são de que a bancada governista aumentará sua maioria em cerca de 15 deputados, mas nada que altere o equilíbrio de forças atual.

O PMDB manterá a maior bancada, segundo levantamento da consultoria Patri de Políticas Públicas, de Brasília. Mesmo com a previsão de um crescimento do PT em 15 deputados, os peemedebistas também crescerão.

De qualquer maneira, a diferença das previsões é pequena – 95 deputados para o PMDB e 92 para o PT – e a presença de Lula pode alterar esse quadro a favor do PT.

Que é tudo o que o PMDB não quer. Dominando o Congresso, com o vice Michel Temer assumindo a coordenação das negociações entre o Planalto e os parlamentares, o PMDB ganha força política para se impor no governo.

Na oposição, o DEM será o maior prejudicado, perdendo cerca de 15 cadeiras, enquanto o PSDB permanecerá no mesmo nível da atual bancada. Quem cresce também na base do governo será o PSB.

No Senado, o crescimento do PT será menor, de 9 para 11 senadores, enquanto o PMDB manterá a mesma bancada de 18 senadores.

A oposição pode perder 4 cadeiras entre DEM e PSDB, mas o PPS deve eleger Itamar Franco em Minas.

Por essa conta, o Senado continuará com a mesma característica atual. Embora o governo tenha na teoria uma larga vantagem – 47 senadores da base aliada contra 31 da oposição e 3 “neutros”- não tem segurança para as votações.

Essa situação pouco será alterada no futuro Senado, segundo as pesquisas até o momento, pois a bancada do PMDB tem dissidentes importantes que continuam com mandato, como Pedro Simon do Rio Grande do Sul e Jarbas Vasconcellos, de Pernambuco, e deve ganhar a presença do ex-governador de Santa Catarina Luiz Henrique.

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