segunda-feira, 2 de agosto de 2010

IDEIAS PARA UMA POLÍTICA PARA O ARTESANATO CEARENSE


Este texto reúne idéias para a atuação do Governo em apoio ao setor produtivo artesanal, centrado em dois objetivos principais:

a)Refletir sobre a situação do artesanato cearense em suas debilidades e oportunidades;
b)Apresentar propostas que melhorem a realidade do setor, as possibilidades de desenvolvimento da qualidade de vida do artesão, gerem alternativas de emprego e renda através do trabalho artesanal autônomo, aproveitando os saberes das comunidades, a mão-de-obra disponível, valorizando a potencialidade da cultura local, do indivíduo e de sua trajetória em busca do desenvolvimento humano.


Mesmo sem que se faça qualquer pesquisa ou diagnóstico, fácil é perceber em todo o Ceará a pujança da indústria do artesanato, da existência de uma malha de distribuição funcional do que se produz e da eficácia de sua comercialização.

Diante desta percepção inicial simples, o que fazer para melhorar as condições dos produtores, comerciantes e da distribuição do artesanato cearense?

O QUE FAZER

Uma ação política no setor artesanal requer um conjunto de medidas estruturais:

1 - Mapear a produção artesanal no Estado, catalogando produtos e artesãos, disponibilizando à população informações sobre a localização, qualquer que seja seu endereço de trabalho: residência ou oficina, possibilitando o acesso aos produtores artesanais;

2 - Implantar um sistema de memória do artesanato cearense, através do incentivo a pesquisas sobre o assunto, da criação de arquivos digitais de imagens e dados, e da criação de um museu do artesanato, democratizando técnicas e fazeres pouco divulgados ou esquecidos;

3 - Implantar cursos de técnicas artesanais nas escolas: tecelagem, cerâmica, costura, bordado, carpintaria e outros, promovendo a difusão dos saberes artesanais, principalmente entre os jovens da rede escolar municipal;

4 - Implantar oficina de pesquisa (que reúna informações sobre demanda, oferta, tendências de mercado) e desenvolvimento de produtos artesanais ( desenvolvimento de marcas e embalagens, selos de procedência, desenvolvimento de catálogos e websites), promovendo o intercâmbio de saberes e a melhoria da produção e do produto artesanal;

5 - Incentivar o surgimento de empresas artesanais e a criação de galerias, pontos comerciais e feiras de artesanato em Fortaleza e outras cidades de bom porte econômico, promovendo o hábito do consumo dos bens artesanais e a valorização da cultura local. Assim como capacitar o artesão para gerenciamento dos seus negócios e empreendimentos, despertando-o para o associativismo e cooperativismo.

6 – Apoiar a participação de artesãos cearenses no circuito nacional de feiras (Pará Art, Art fashion, Mãos-de-Minas, UD São Paulo, Fearg, etc) e rodadas de negócios artesanais, ajudando na divulgação e conhecimento da cultura artesanal local;

7 – Criar campanhas institucionais de divulgação do artesanato da cidade e do Ceará como lugar de ver e comprar artesanato;

8 – Ampliar a abrangência do Salão do Artesanato de Fortaleza, buscando dar-lhe projeção nacional.

AÇÕES IMEDIATAS

Como sinalização da existência de intenção objetiva de promover mudança na política do artesanato, como ações imediatas se deveria:

1 – Realizar o mapa da produção artesanal em todas as regiões do Estado;

2 – Implantar oficina piloto de desenvolvimento de produtos têxteis;

3 – Realizar curso de requalificação técnica para ceramistas;

4 – Realização de seminários em diversos pontos do Estado sobre o desenvolvimento de ações visando a evolução e melhoria do setor produtivo artesanal, reunindo instituições que atuem ou envolvidas com o setor (Central Cearense de Artesanato, Sebrae-Ce, Memorial da Cultura Cearense, Museu de Tradições Populares, etc.).

RESULTADOS ESPERADOS

Como resultados destas ações esperamos:
1. O desenvolvimento da capacidade do artesão de desenvolver suas atividades de forma organizada, aumentando sua auto-estima e qualidade de vida;
2. A valorização do artesanato como expressão cultural; e, principalmente,
3. Propicie o incremento da ocupação da mão-de-obra pouco qualificada, criando mais oportunidades de trabalho e renda.

E, como passo seguinte, espera-se dos poderes constituídos uma ação planejada, que observe o setor artesanal como socialmente rentável. Ajude na sua divulgação enquanto atividade de grande potencialidade econômica, contribua na organização da gestão e da produção, criando espaços novos espaços de venda. E estabeleça uma política de intervenção no campo artesanal, claramente direcionada à produção artesanal das camadas populares do Estado.

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