Por Joaquim Cartaxo
Vira e mexe, ressurge a ideia de
demolir as barracas da Praia do Futuro sem considerar sua transformação, ao
longo do tempo, em polo popular de lazer e entretenimento, consumido
intensamente nos finais de semana por cearenses e visitantes de outros estados.
Criado e consolidado
espontaneamente, sua sustentabilidade está nas barracas que alguns querem
destruir sob argumentos legais ou românticos de devolver à Praia do Futuro seu
ambiente dos anos 1970, quando as barracas “Cristino” e “Chez Pierre” atraiam os
que se aventuravam a frequentá-la e desfrutar de suas dunas em movimento.
Imaginá-la sem barracas é surrealismo
socioeconômico e cultural nos dias de hoje. Parece coisa de quem não vivenciou aquele passado, mas o considera uma maravilha; nem frequenta o presente, porém
avalia-o desastroso. Melhor dizendo, não comeu e nem come caranguejo na Praia
do Futuro.
Ela não é um problema urbano. É
uma oportunidade com o desafio de melhorar suas condições socioambientais,
econômicas e culturais, bem como superar as carências de infraestrutura e equipamentos
do bairro.
Passo importante na direção de
vencê-lo é pactuar com os sujeitos políticos, sociais e do setor privado um
plano urbanístico com ações e projetos, segundo prioridades de execução.
De imediato, pode-se propor
demolição das barracas em ruínas e as abandonadas seguida da urbanização das
áreas em que estavam construídas, visando aos frequentadores da Praia do Futuro
segurança e conforto.
Outra medida: proibir a construção
de mais barracas e as que ficarem será permitido apenas realizarem melhorias
necessárias ao desempenho adequado de suas funções comerciais de equipamento de
entretenimento. Portanto, não poderão ampliar sua área construída.
Em suma: limita-se número de
barracas, demarca-se áreas construídas e cria-se novas áreas livres urbanizadas,
solidifica-se o polo de lazer do bairro Praia do Futuro em vez de destruí-lo.
Joaquim
Cartaxo é arquiteto urbanista e vice-presidente do PT/Ceará
Fonte: jornal O POVO
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