Um
dos grandes desafios para a desenvolvimento duradouro do Ceará é reduzir o
desequilíbrio entre a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e as demais
regiões do estado. Observa-se no Censo de 2010 (IBGE) que, dos 184
municípios cearenses, 151 possuem menos de 50 mil habitantes e concentram 36% do
total da população do estado. Sem a capital, sete municípios têm mais de 100
mil habitantes: Caucaia, Maranguape e Maracanaú localizados da RMF; Juazeiro do
Norte e Crato na Região Metropolitana do Cariri; Sobral e Itapipoca situados no
norte do estado. Em relação à população do Ceará, os sete concentram 16%,
Fortaleza sozinha 29% e sua região metropolitana 43%.
Esses
percentagens demonstram o desequilíbrio na distribuição populacional entre Fortaleza
e o interior do estado. Situação agravada pela concentração do Produto Interno
Bruto (PIB) do Ceará, pois 47% dele acumula-se em Fortaleza, enquanto os 151
municípios mencionados concentram 21%. Tais dados indicam profundo desequilíbrio
socioeconômico entre cidades e regiões do Ceará.
O
que fazer para reduzir o abismo socioeconômico entre a RMF e o interior do
estado?
Desconcentrar
o crescimento socioeconômico a partir da identificação dos fatores positivos
que impulsionam o desenvolvimento local e fortalecê-los; ao mesmo tempo, adotar
medidas que removam os fatores que restringem o desenvolvimento, considerando peculiaridades
políticas, sociais e culturais de cada lugar.
Políticas
de estímulo ao crescimento econômico devem se fundamentar na potência de
cooperação participativa dos sujeitos políticos e sociais; na sustentabilidade
das atividades produtivas e coexistência de múltiplos polos de crescimento com
suas aptidões; na priorização dos investimentos em cidades-polo com capacidade
de absorver o crescimento urbano, de organizar regiões e viabilizar o
desenvolvimento sustentável do interior do Estado em consonância com a RMF.
Joaquim
Cartaxo é arquiteto urbanista e secretário de formação política do PT/CE.
Fonte: jornal O POVO de 28 de abril de 2014.
Imagem: www.altinomachado.com.br
Fonte: jornal O POVO de 28 de abril de 2014.
Imagem: www.altinomachado.com.br
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