Por Joaquim Cartaxo
Detalhe
da costa do Ceará e a barra do rio Ceará.
In:
ALBERNAZ, João Teixeira, o velho. Pequeno atlas do Maranhão e Grão-Pará. 1629.
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Antes de Fortaleza, a capital do Ceará chamava-se Nova Lisboa e rodeava
o forte de São Tiago construído na barra do Rio Ceará por Pero Coelho de Sousa,
que a história registra com líder da primeira expedição que tentava colonizar o
Ceará em 1603. O Forte de São Tiago e a localidade Nova Lisboa faziam parte da
estratégia portuguesa de ocupar o litoral e depois o interior.
Em 1612, Martins Soares Moreno constrói o Forte de São Sebastião sobre a
ruínas do forte erguido por Pero Coelho e Nova Lisboa passa a se chamar Nossa
Senhora do Amparo; em 1637, a barra do rio Ceará foi ocupada por holandeses
chefiados por Gedeon Mórris de Jonge; em 1649, Matias Beck atraca na enseada do
Mucuripe (Mucuriba), caminha no sentido leste-oeste, instala-se no morro
Marajaitiba (Rincão das Palmeiras), situado à margem esquerda do riacho Pajeú
(Marajaik – riacho das Palmeiras), e ali ergue o Forte Schoonenborch sobre o
qual foi construído, entre 1812 e 1823, a Fortaleza de Nossa Senhora da
Assunção, projeto de Silva Paulet. Em
1726, Fortaleza foi elevada à categoria de vila por Carta Régia e no 13 de
abril, daquele ano, instalada pelo Capitão-Mor Manuel Francês. Data em que se
comemora o aniversário da cidade nos dias atuais.
Fortaleza surge devido a interesses militares, mas sem expressão econômica.
Desde as tentativas de criação de entreposto militar no século XVII à Vila do
Forte no século XVIII, Fortaleza aguardará o século XIX para ser animada pela atividade
econômica de centro coletor e exportador de algodão, que aliada às atividades
políticas e administrativas incrementarão a função comercial e a urbanização da
incipiente Vila, a qual alcançará o século XXI classificada com a terceira
metrópole brasileira em influencia socioeconômica, atendendo aos interesses e
necessidades de 20 milhões de pessoas por ano, originárias de um território que
se estende do Rio Grande do Norte ao Amazonas.
Joaquim Cartaxo é arquiteto urbanista e secretário
de formação política do PT/CE.
Fonte: jornal O POVO de 14 de abril de 2014. Imagem: www.google.com.br
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