Barra do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil |
Por Joaquim Cartaxo
O Plano Estratégico da Região Metropolitana de
Fortaleza (Planefor) foi a última tentativa de construir um desígnio, desenho,
projeto de cidade para a capital do Ceará. Concebido como plano de compromissos
entre a sociedade e o poder público; político em sentido amplo, sem limitações
de credo ou partido; de todos os cidadãos; esforço coletivo na identificação e
seleção de ações e projetos a partir dos anseios e desejos da população para se
construir a RMF. Cinco estratégias o compunham: região metropolitana integrada;
região metropolitana empreendedora e competitiva; educação para o
desenvolvimento humano; sociedade solidária e gestão compartilhada; cultura,
identidade e autoestima. Em 2014, essa iniciativa da sociedade civil
completará 15 anos.
De lá pra cá, Fortaleza cresceu, transformou-se
na terceira metrópole brasileira em influência socioeconômica e cultural,
conforme aponta o estudo "Cidades que influenciam" do IBGE/2008.
Influência que abrange 20 milhões de pessoas, originárias de um território que
se estende do Rio Grande do Norte ao Amazonas, buscando o atendimento de seus
interesses e necessidades em uma cidade prestadora de serviços e com atividade
comercial intensa.
Por todo esse período, a política para
enfrentar essa nova realidade metropolitana oscilou entre a retórica de
desenvolvimento urbano, lamúrias sobre dificuldades financeiras e construção de
obras de natureza pontual. Portanto, politica sem projeto de cidade.
Sem destino claro; sem pacto urbanístico entre
governo, sociedade e iniciativa privada; sem planejamento efetivo que defina
prioridades, estabeleça padrão de financiamento do desenvolvimento e oriente as
tomadas de decisões de curto, médio e longo prazo, tudo tenderá a permanecer
como está. Consequentemente, agravamento dos problemas de mobilidade urbana,
habitacionais, saneamento, socioambientais, educação, saúde, lazer dentre
outros.
Joaquim Cartaxo é arquiteto urbanista e
secretario de formação política do PT/CE.
Fonte: jornal O POVO, 13 de janeiro de 2014.
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